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          Advogado, jornalista, romancista, cronista e memorialista, nasceu no Engenho do Corredor, Pilar – PB, em 3 de julho de 1901, e faleceu no Rio de Janeiro no dia 12 de setembro de 1957. Eleito em 15 de setembro de 1955 para a Cadeira n.º 25, na sucessão de Ataulfo de Paiva, foi recebido em 15 de dezembro de 1956, pelo acadêmico Austregésilo de Athayde.
          Passou a colaborar no jornal do Recife. Em 1922 fundou o seminário Dom Casmurro. Formou-se em 1923 na Faculdade de Direito do Recife (UFPE). Durante o curso, ampliou seus contatos com o meio literário pernambucano, tornando-se amigo de José Américo de Almeida, Osório Borba, Luís Delgado, Aníbal Fernandes e outros. Gilberto Freyre, voltando em 1923 de uma longa temporada de estudos universitários nos Estados Unidos, marcou uma nova fase de influência no espírito de José Lins, através das idéias novas sobre a formação social brasileira.
          Ingressou no Ministério Público como promotor na comarca de Manhuçu – MG, em 1925, onde, entretanto, não se demorou. Casado em 1924 com D. Filomena (Naná) Masa Lins do Rego, transferiu-se em 1926 para capital de Alagoas, onde passou a exercer as funções de fiscal de banco, até 1930, e fiscal de consumo, de 1931 a 1935. Em Maceió, tornou-se colaborador do Jornal de Alagoas e passou a fazer parte do grupo de Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco, Carlos Paurílio e outros. Ali publicou o seu livro, “Menino de Engenho” (1932), chave de uma obra que se revelou de importância fundamental da história do moderno romance brasileiro. Além das opiniões elogiosas da crítica, sobretudo de João Ribeiro, o livro mereceu o Prêmio da Fundação Graça Aranha. Em 1933 publicou “Doidinho”, o segundo livro do “Ciclo da Cana-de-Açúcar”.
          Romancista da decadência dos senhores de engenho, sua obra baseia-se quase toda em memórias e reminiscência. Seus romances levantam todo um sistema econômico de origem patriarcal, com o trabalho semi-escravo do eito, ao lado de outro aspecto importante da vida nordestina, ou seja, o cangaço e o misticismo.

(fonte: “Carta Forense”, n.º 39, agosto de 2006, p. 17)