O
grande comentarista Arnaldo Jabor também é mais uma celebridade
de formação jurídica que hoje possui grande popularidade,
graças seus apimentados e inteligentes comentários acerca
da realidade contemporânea, sobretudo no que se refere à
política interna e externa do país. Seu sucesso não
se restringe somente aos comentários elaborados na imprensa e
no cinema.
Em 1962
começou a carreira no Jornal Metrópole, ligado ao movimento
estudantil. Ao longo das décadas de 60, 70 e 80 dedicou-se ao
cinema. Seu primeiro filme de ficção foi “Pindorama”
(1970), depois “Toda Nudez será Castigada” (1973)
e “Eu Sei que Vou te Amar” (1894). Após deixar o
cinema tornou-se colunista da folha de São Paulo, tornado-se
um dos mais polêmicos jornalistas de sua época. Em 1995
ingressou na Rede Globo como comentarista. Jabor já lançou
quatro coletâneas crônicas: Os Canibais Estão na
Sala de Jantar (1993), Brasil na Cabeça (1995), Sanduíches
de Realidades (1997) e a Invasão das Salsichas Gigantes.
Em toda
sua obra, seja no cinema ou no jornalismo, ele fez uma crônica
dos vícios da classe média do país. Vem daí
a sua ligação com Nelson Rodrigues, cujo universo temático
ele compartilha. Foi dele que Jabor herdou o gosto pela hipérbole
e pelo adjetivo, abundantes em seus textos. Capaz de escrever com influência
em estilos variados, é pródigo em aliar citações
eruditas a uma visão debochada da realidade brasileira.
Confessa
ter uma finidade com realismo crítico de Balzac, Flaubert e Eça
de Queiroz e como “new jounarlism” americano, por representado
por Normam Mailler, Gore Vidal, Tom Wolfe, entre outros, afinidade profissional
e colaborações com Carlos Diegues, Júlio Bressane,
Leon Hirszman, Paulo César Saraceni e afinidade intelectual e
influência de Nelson Rodrigues, Glauber Rocha e Paulo Francis.
Nasceu em
12 de dezembro de 1940 e se formou em Direito na Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, mantendo hoje a antiga tradição
dos advogados envolvidos no jornalismo.
(fonte: “Carta Forense”, n.º 20, dezembro de 2004, p. 13)