slide 4 slide 1 slide 2 slide 3

          Em determinada Comarca do Poder Judiciário estadual havia um juiz que adorava um charuto. Não sei dizer ao certo se era cubano ou de outra qualidade porque nunca fui especialista nisso. Era comum nas audiências o magistrado acender um e só depois de modificar o ambiente – exorcizar os maus espíritos com toda aquela fumaça – é que ele indagava a todos os presentes se haveria algum incomodo ou discordância quanto àquela degustação de charuto.
          Na verdade, todos eram contrários aquele fato, mas suportavam o incenso, a fumaça aterrorizante porque não queriam mais um conflito, agora com o magistrado, além daquele objeto da causa em julgamento. O juiz, muito sério e produtivo, sempre ressaltava que se alguém pedisse para apagar o charuto ele o faria; porém, ninguém jamais lhe advertiu ou exigiu isso.
          Naquela Comarca, os advogados, defensores públicos e promotores de justiça nunca se insurgiram contra àquela degustação pública de tabaco, ou se o fizeram o Tribunal de Justiça deve não ter levado a sério, pois o magistrado permaneceu na mesma Comarca até se aposentar compulsoriamente.
          Esse caso terminou com uma brincadeira que era feita pelos corredores do Fórum: “Quem quiser fumar charuto cubano de graça é só ir a uma audiência do ‘juiz charuteiro’”.